domingo, 12 de outubro de 2014

CURTAS: WTC Haikus (Jonas Mekas, 2010)


Constantemente referido como o padrinho do cinema avantgarde americano, Jonas Mekas tem uma história de vida preenchida. Nascido na Lituânia, esteve preso num campo de trabalho nazi, estudou filosofia depois da guerra e, já emigrante no outro lado do oceano Atlântico, começou a gravar o seu dia-a-dia com câmaras rudimentares, a descobrir o cinema experimental e a escrever sobre este. Amigo de Andy Warhol, Lou Reed, entre outros, e inserido num mundo de intelectuais pop em expansão, começa a produzir as suas curtas e a abrir caminho para uma nova geração de realizadores underground que desafiariam os limites da forma e do conteúdo dos filmes na altura. Hoje, a maioria dos seus trabalhos parecem revelar alguma nostalgia por esses tempos idos e são, com frequência, compostos por fragmentos de gravações antigas, dos quais WTC Haikus é, para mim, um dos mais interessantes. Residente nova-iorquino de longa data, a evocação de um grande símbolo da cidade, desaparecido de forma trágica nos ataques terroristas de 9/11, como o World Trade Center, por esta via, acompanhada apenas por um trecho de piano simples, é muito emotiva. Hoje com 91 anos, Mekas continua no activo.

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