Todd Phillips tem razões para sorrir. Depois de ter desistido da mítica escola de cinema de Nova Iorque para promover o seu documentário Hated, conheceu o produtor Ivan Reitman, que o ajudou a encontrar o seu lugar em Hollywood, dando-lhe a possibilidade de escrever e realizar o seu primeiro trabalho de ficção. Assim surge Road Trip e assim começa uma carreira de sucesso com comédias subversivas.
Apenas um ano depois de fazer dinheiro como lixo graças ao original The Hangover, atirou-se à estrada com Robert Downey Jr. e Zach Galifianakis para fazer Due Date, um filme onde o destino junta um sério arquiteto e um irresponsável ator numa viagem de carro contra o tempo, pois a esposa do primeiro está prestes a dar à luz. Está bom de ver que antes de chegar ao seu destino, ele vai ter de sofrer. Muito.
As personalidades díspares do par chocam desde o início, e tudo se complica quando a carteira do irritadiço Peter se perde e o despreocupado Ethan gasta mais de metade das suas poupanças em erva, supostamente para propósitos medicinais, um dos seus muitos hábitos duvidosos (Juliette Lewis é a dealer de serviço, a quem Galifianakis recita um monólogo de The Godfather, numa das melhores cenas).
Se por um lado será mais fácil dar um desconto a Ethan, dado o seu carácter infantil e propensão para arranjar problemas, não é difícil compreender Peter. A ideia de depender de alguém que não se coíbe de se masturbar à frente de um estranho já é insuportável por si só, quanto mais quando o tique-taque do relógio não pára de relembrar que se pode estar prestes a perder um momento único.
As semelhanças com o clássico Planes, Trains And Automobiles de John Hughes são óbvias, mas Galifianakis não inspira a mesma simpatia que John Candy, e o comportamento de Ethan roça mesmo, por vezes, o constrangimento e a falta de compreensão pelo seu companheiro de viagem. Por outro lado, Robert Downey Jr. não tem o timing cómico de Steve Martin e acaba reduzido quase a um saco de porrada.
Claro que o exagero é o que faz alguns dos gags resultarem, mas Peter, por muito arrogante que seja, não deixa de ser um homem de família e um profissional de sucesso que pode ser privado de ver o nascimento do seu primogénito pela incompetência de outrem e esse pensamento está sempre presente, o que torna toda a viagem uma grande frustração, mesmo que o final seja (duh) feliz.
A força de The Hangover era a narrativa intrincada e intumescida por um grande espírito de união e camaradagem. Due Date é mais episódico, tem momentos bons e momentos não tão bons, e a tolerância que se cria entre as personagens parece forçada por atribulações e passageira. Todd Phillips deverá ter um novo sucesso de bilheteira nas mãos, mas já deu mais razões para sorrirmos.
6/10
Vi este filme há pouco tempo, estava à espera de bem mais - e, sim, por ter o "barbas", principalmente. Acho que o pior do filme, foram mesmo as piadas e situações cliché. Afundaram-o completamente. Ainda dei algumas gargalhadas, mas coisa pouca. Gostei muito mais do "Its a Kind of a funny story", também com o Galifianakis.
ResponderEliminarcumprimentos,
cinemaschallenge.blogspot.com
Basicamente é isso :P Não vi esse ainda, mas tem bom aspecto.
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