05. La Dolce Vita (Federico Fellini, 1960)
Marcelo! Marcelo! Impossível esquecer a cena da Fontana di Trevi em que a curvilínea Anita Ekberg decide banhar-se. O filme é propositadamente episódico e introduz o novo tipo de narrativa cinemática que se tornaria a marca de Fellini a partir de então, rejeitando os diálogos explicativos, dando pouco valor à linearidade e tornando difusa a linha que separa o realismo da pura fantasia.
04. Apocalypse Now (Francis Ford Coppola, 1979)
Talvez o filme mais desmedido de sempre, o impacto de Apocalypse Now atravessa gerações e não esvanece, tal como tudo o que Coppola fez nessa década (será esse o melhor período de criatividade e produtividade de qualquer realizador na história?). As histórias da complicadíssima produção são quase tão lendárias como algumas falas e sequências da mesma. Pessoalmente, recomendo a versão Redux, pois considero ser daqueles filmes que podiam durar 20 horas que não perdiam o interesse.
03. The Best Intentions (Bille August, 1992)
Bergman escolheu não realizar o seu argumento sobre o namoro, casamento e divórcio dos pais - seja porque razão for, a verdade é que Bille August dá conta do recado. Isto é um grande eufemismo para um dos meus filmes preferidos. The Best Intentions é simplesmente magistral na gestão de uma história de amor muito pessoal e cheia de revezes, pontuada por aquela simplicidade e frieza nórdicas, que tornam um simples diálogo mais tenso que mil thrillers.
02. Elephant (Gus Van Sant, 2003)
Tal como o anterior e o próximo, este filme compete para o meu top5 de todos os tempos. Gus Van Sant consegue em Elephant um pequeno milagre com uma ideia deprimente, inspirada no triste caso do tiroteio de Columbine. Muito mais do que uma sucessão de planos-sequência, nenhum filme consegue transmitir uma atmosfera de distância, alienação e melancolia juvenil como este e daí surgem muitas perguntas sobre a relação com a violência e a adequação do sistema educacional.
01. Taxi Driver (Martin Scorsese, 1976)
Scorsese, De Niro e Schrader transformam Nova Iorque num inferno para desenvolverem um estudo de personagem ímpar. Travis Bickle, veterano da guerra do Vietname, arranja trabalho como taxista e, no seu isolamento e delírio, desenvolve as suas próprias teorias sobre o mundo que o rodeia e os sentimentos que o assolam. Passar daí às acções demora o seu tempo e esse compasso de espera torna o filme imprevisível.
Bela seleção!
ResponderEliminarConcordo com o primeiro lugar, mas poria o quarto e o quinto em segundo e terceiro, respetivamente. Mas são gostos! ;)
ResponderEliminarUm Abraço,
Rui Alves de Sousa
É difícil não concordar com qualquer um deles. Boa selecção.
ResponderEliminarCumprimentos,
Jorge Teixeira
Caminho Largo