Bela Lugosi ou Boris Karloff, Dracula ou Frankenstein? Qual dos dois actores o mais carismático, qual dos dois filmes o mais mítico? Perguntas difíceis de responder. Fácil mesmo será, para quem aprecia filmes de terror vetustos, ter altas expectativas antes de ver um que os juntou no grande ecrã, como é o caso com The Raven.
Tudo começa com um acidente nocturno de automóvel que deixa uma mulher, Jean, às portas da morte. Num rápido entrecorte de cenas, ficamos a saber que Lugosi é um cirurgião respeitado, que é obcecado com Edgar Allan Poe, que salva Jean no bloco operatório e que é um excelente organista (facto que se revela irrelevante). Claro que isto é só a superfície. A estima pelo autor americano é um pretexto para o Dr. Vollin canalizar o seu temperamento violento, o que o leva a construir máquinas de tortura na sua cave, a sentir fascínio pela dor e pela morte (em especial por símbolos que lhe são associados, como os corvos) e a perseguir uma mulher que não pode ter, precisamente a mulher que curou e que é noiva de um colega.
Karloff interpreta Bateman, um pobre coitado com historial criminoso e procurado pela polícia, que Vollin manipula para atingir o seu fim (que passa por eliminar quem for preciso para ter Jean), sob o pretexto de lhe conseguir mudar a aparência, que peca por não ser muito agradável e por aparecer demasiado nos jornais...
Claro que é conveniente demais que Bateman apareça de um momento para o outro à porta do cirurgião e que a realização nas cenas de maior acção é algo arcaica, senão mesmo amadora, mas há uma aura de mistério e um charme sombrio que só os tons cinéreos, o ritmo lento e as caras inesquecíveis características deste tipo de filmes conseguem atingir, basta ver aqui a cena em que Vollin retira as ligaduras da cara de Bateman para revelar um rosto ainda mais disforme que inicialmente. The Raven não é uma obra-prima, mas quem, ao saber da sua existência, fica com as expectativas altas o suficiente para o procurar, ver e ler até ao fim textos como este sobre ele, não deverá ficar desiludido.
São dois dos grande nomes da história do cinema de terror, sendo difícil escolher o melhor.
ResponderEliminarObrigado pela visita ao blog, estou linkando seu endereço lá.
Abraço
Sem dúvida! Eu admito que gosto um bocadinho mais do Bela Lugosi, mas são duas figuras míticas.
ResponderEliminarObrigado eu, Hugo :)