Barbara (Diana Rigg): It's hard for me to take you despair very seriously. You obviously enjoy it so much.
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
NOTÍCIAS: Óscares 2012
Os Óscares de 2012 estão entregues! Numa cerimónia mais contínua mas mais agradável que em anos anteriores, com a sempre positiva apresentação de Billy Crystal, os prémios da academia americana de cinema não tiveram grandes surpresas, com The Artist a ser o grande vencedor da noite com 5 estatuetas, incluindo Melhor Filme, Melhor Actor Principal e Melhor Realizador. Pessoalmente, gostei muito de ver o Christopher Plummer ganhar um Óscar, finalmente, tornando-se no actor mais velho a fazê-lo aos 82 anos, Woody Allen a ganhar o seu 4º por escrever Midnight In Paris, e também Octavia Spencer, justíssima vitória e fico mesmo a achar que o seu "eat my shit" em The Help se vai tornar numa citação clássica, pelo menos a mais repetida deste ano cinemático. A única grande desilusão que tive foi não ter visto Emmanuel Lubezki ganhar Melhor Fotografia pelo seu trabalho em The Tree Of Life, talvez o meu preferido do ano, mas, claro, dificilmente um vencedor de Óscares. Saldo positivo - para o ano há mais :)
Melhor Filme: The Artist
Melhor Realizador: Michel Hazanavicius (The Artist)
Melhor Actor Principal: Jean Dujardin (The Artist)
Melhor Actriz Principal: Meryl Streep (The Iron Lady)
Melhor Actor Secundário: Christopher Plummer (Beginners)
Melhor Actriz Secundária: Octavia Spencer (The Help)
Melhor Argumento Original: Woody Allen (Midnight In Paris)
Melhor Argumento Adaptado: Alexander Payne, Nat Faxon, Jim Rash (The Descendants)
Melhor Filme Estrangeiro: A Separation (Asghar Farhadi; Irão)
Melhor Filme Animado: Rango (Gore Verbinski)
Melhor Fotografia: Robert Richardson (Hugo)
sábado, 25 de fevereiro de 2012
CURTAS: Le Voyage Dans La Lune (Georges Méliès, 1902)
Na ordem do dia desde a estreia de Hugo, a mais famosa fita do visionário realizador Georges Méliès ainda conserva o seu charme e uma das imagens mais famosas da história do cinema: a lua com uma cara e a ser atingida num olho por um foguetão. Remember remember!
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
A Christmas Carol (Robert Zemeckis, 2009)
Presumo que pouca gente se lembrará, mas num qualquer Natal na primeira metade da década de 1990 saiu em VHS com o Diário de Notícias a versão animada de 1982 de A Christmas Carol. Lembro-me bem de ver o filme duma ponta à outra, fazer rewind no leitor e repetir o processo ad infinitum, fascinado pelo negrume melancólico das cores usadas e da mente de Ebenezer Scrooge, sempre pontuado por pequenos momentos de humor e rematado com o conforto da esperança. Mais tarde viria a descobrir o livro e a encontrar nas palavras de Dickens um reduto maior do que quaisquer imagens podem deslindar.
Ao saber que Robert Zemeckis se ia aventurar a realizar a sua própria visão deste conto, não pude deixar de ficar apreensivo. Não é que possam haver grandes dúvidas sobre a sua capacidade, depois da qualidade da animação de Polar Express e Beowulf, mais cliché, menos cliché nas histórias - simplesmente uma produção de Hollywood desta envergadura de um clássico da literatura aumenta a possibilidade de ser mais vista e definitiva que as que se lhe antecedem. Ao longo dos anos, muitos foram os filmes feitos à volta do Natal de Dickens, que esperar agora deste?
A abrir, um grande plano de Marley num caixão, com pennies no olhos. Jim Carrey aparece então, irreconhecível, de queixo saído, nariz pontiagudo e meio corcunda, debaixo de gráficos de computador topo de gama, como Scrooge, forçado a pagar o funeral do seu sócio defunto, e o carácter do velho arrieiro é imediatamente revelado: contrariado, tira duas moedas da sua carteira para o dono da funerária e, antes de sair, tira também as moedas do rosto do cadáver para a sua carteira. Segue-se um prodigioso plano-sequência pelas ruas e sobre as ruas da Londres invernal do séc. XIX enquanto rolam os créditos iniciais.
Scrooge é somítico e deprimente. Não acredita na essência do Natal, acha que todos os homens são inerentemente maus e conformistas e escolheu há muito tempo isolar-se do mundo com a sua fortuna. Por isso não é surpresa quando recusa ir passar o serão a casa do seu sobrinho Fred (a única família que tem), quando recusa dar dinheiro a uma instituição de caridade e quando maltrata verbalmente o seu funcionário Bob Cratchit por ter de lhe dar folga no dia 25 de Dezembro. À noite, 3 fantasmas visitam Scrooge para lhe lembrar quem foi, mostrar no que se tornou e qual pode ser o seu destino.
A história, sobejamente conhecida, é respeitada e desenvolvida com um ritmo rápido, com Zemeckis a criar cenas de ação para as transições entre passado, presente e futuro, que acabam por resultar bastante bem e não comprometer a melancolia dum enredo simultaneamente linear e anacrónico, um mecanismo que justifica parte do louvor dado a este conto. A assombração de Marley anuncia de forma assustadora uma viagem pelo tempo que se espera ser suficiente para mudar o negativismo de Scrooge. Imaginei-me criança e a sentir-me, tal como ele, afetado pelas imagens macabras evocadas pelo último espectro.
Mas esse é o poder do Natal e o poder do cinema, dois conceitos elevados, capazes de elevar o espírito e de oferecer sobressalto, perspectiva e conforto. Filmado em IMAX 3-D e através de motion-capture, o filme de Zemeckis consegue oferecer um retrato vívido dos contrastes da época, consegue estimular os sentidos do espectador com belos planos, cores e diálogos e consegue gerar um Scrooge memorável, auxiliado pelo talento de Carrey para criar personagens. A Christmas Carol é uma história eterna de redenção que, seja em livro, no cinema, na televisão, em VHS, DVD ou BD, vale sempre a pena revisitar.
8/10
sábado, 18 de fevereiro de 2012
NOTÍCIAS: Berlinale 2012
O festival de Berlim terminou hoje com o anúncio dos vencedores dos prémios, numa cerimónia que correu muito bem para os portugueses, com Miguel Gomes a ganhar um prémio atribuído ao filme mais inovador em competição e com João Salaviza a ganhar o Urso de Ouro de curtas-metragens, depois da vitória há 3 anos em Cannes com Arena! Um currículo invejável. O prémio maior acabou por ir para os irmãos Taviani, mais conhecidos por Padre Padrone (1977).
Urso de Ouro: Caesar Must Die (Paolo Taviani, Vittorio Taviani)
Melhor Realizador: Christian Petzold (Barbara)
Melhor Actor: Mikkel Boe Folsgaard (A Royal Affair)
Melhor Actriz: Rachel Mwanza (War Witch)
Melhor Argumento: Nikolaj Arcel, Rasmus Heisterberg (A Royal Affair)
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
TRAILERS: The Woman In Black (James Watkins, 2012)
Do mesmo realizador do surpreendente Eden Lake, chega-nos este conto com contornos góticos que está a dar que falar por ter como protagonista o Harry Potter. Um filme de terror à antiga e com muita qualidade é o que eu anseio.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
La Belle Personne (Christophe Honoré, 2008)
No fim, legendas brancas sobre o azul triste do mar no inverno informam-nos que La Belle Personne foi livremente adaptado dum romance de Madame de Lafayette, o que é curioso pois o filme parece algo antiquado mas não saído do séc. XVII. Ao invés, Honoré não hesita em assumir o seu fascínio pela New Wave francesa e emular o visual dos anos 60 ao ponto de ser difícil durante algum tempo distinguir a época real da ação, até aparecerem carros modernos ou os inevitáveis telemóveis.
La Belle Personne recupera o uso do american shot em detrimento do shot reverse shot, opta pelas cores frias e saturadas ao ponto de parecerem inexistentes, explora o meio urbano, invoca o triângulo amoroso, características intimamente ligadas aos vetustos tempos áureos de Godard ou Truffaut, aqui copiadas sem o espírito revolucionário do primeiro ou o hedonismo relaxado do segundo, apenas com um romantismo fabricado que se revela, às vezes, mais ineficaz do que terno.
Claro que, dado este cenário, ninguém melhor para ocupar o ecrã durante grande parte do tempo do que Louis Garrel. Melhor ator que o padrinho (Jean-Pierre Léaud) e mais bem penteado que o pai (Philippe Garrel), o jovem interpreta um professor de italiano que se relaciona bem com os seus alunos e bem de mais com as suas alunas. Garrel tem um talento admirável para sublinhar os undertones das suas personagens com a mais banal expressão facial e corporal, o que se adequa a este conquistador farsolas.
Quando a misteriosa Junie (Léa Seydoux) chega à escola a meio do período, o professor Nemours fica embevecido com a sua beleza e vê-a cair nos braços de um colega de outra turma, o discreto e educado Otto. Junie foi para Paris morar com o primo Mathias depois da morte da mãe. Prova ou de que o amor cega ou de que os homens não percebem as mulheres, Nemours e Otto tomam o seu sofrimento como fragilidade e estão destinados a ter uma desilusão. Ela sabe o que não quer, mas talvez não o que quer.
O filme começa confuso, tenta estabelecer muitas personagens o mais rápido possível e com demasiados lugares comuns. Surgem várias relações, retratadas com realismo mas sem emoção. Honoré não é Pialat e pouco cria de relevo para além do trio principal, apesar de ser de louvar a sua calma - o tempo passa lenta e indolentemente, como parece a adolescência quando a vivemos, com os seus rituais repetitivos e intrigas risíveis. É uma fase de inquietação, ultrapassada por processos de tentativa/erro.
Junie é uma sobrevivente mas não é uma lutadora, nunca se compromete e toma más decisões. Léa Seydoux é fascinante e faz o filme valer a pena quando aparece no ecrã, só que resta saber se a bela pessoa do título não será antes Otto, que recebe recompensas insuficientes pela honestidade e entrega incondicionais que oferece. O seu destino final chega na forma de musical, uma opção despropositada e de mau gosto, que conspurca um bom momento dramático.
La Belle Personne é, aliás, bastante musical, ouve-se Callas numa aula e a banda sonora é extensa, o que serve também para realçar a suave melancolia destas paixões dolentes numa Paris chuvosa. É pena que Honoré não tenha voz própria e sinta que introduzir enredos secundários aborrecidos é a forma de fazer avançar uma história já de si batida. O filme não tem nada de mais, mas, no fundo, não deixa de ser agradável a espaços, de contar com 2 ótimos atores e de fazer lembrar outros tempos...
6/10
domingo, 12 de fevereiro de 2012
POSTERS: Requiem For A Dream (Darren Aronofsky, 2000)
A cor roxa, em determinados contextos, pode simbolizar um efeito de limpeza de transtornos emocionais. É, portanto, deliberado e justificável o seu uso neste poster para Requiem For A Dream, um dos filmes mais chocantes e sujos que já vi, em que todas as personagens entram em espirais descendentes de vícios e ilusões, até não lhes restar nada, nem mesmo a integridade.
sábado, 11 de fevereiro de 2012
PUBLICIDADE: Best Travel
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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Inception (Christopher Nolan, 2010)
Uma soundtrack que teve uma recepção variada, mas que dificilmente se esquece. BONG... BONG... BONG!
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
Rumble Fish (Francis Ford Coppola, 1983)
É estranho que este filme se tenha tornado um pouco num tesouro perdido e esquecido quando é possível encontrar nele tantos pontos de interesse. Basta o nome do realizador para prender atenções: por muito inconsistente que a sua carreira tenha sido, Francis Ford Coppola é um nome incontornável na história do cinema Americano, e quase à custa de 4 ou 5 filmes apenas. Pois, em termos de qualidade, podem pôr Rumble Fish no mesmo patamar de títulos tão intocáveis como The Godfather (1972) ou Apocalypse Now (1979). Esteticamente irrepreensível, este olhar sobre adolescentes delinquentes, passado sabe-se lá em que década (a sério, há adereços que parecem saídos dos anos 50, os miúdos parecem punks nos 80), é uma mistura tão entusiástica de pura paixão pelo cinema e de pura reverência pela juventude, que só dá mesmo para entrar na sua onda e apreciar o espectáculo, venha sangue espesso ou suor diáfano em tons de cinzento saltar para o ecrã de todos os lados, venham sequências completamente surreais pelo meio, venha Diane Lane com 17 anos sexualizada ao máximo, venha o que vier.
O filme tem a sua lógica interior bem delineada, mas é tão episódico e relaxado que é preciso dar-lhe tempo para nos fazer submergir no mundo de Rusty James e companhia, não por ser pouco autêntico, nada disso, antes pelo contrário, é tão livre e pouco convencional que chega a ser milagroso o quão simultaneamente poético e sincero consegue ser. Num minuto podemos ter uma luta de gangues coreografada, com uma precisão desarmante, como um número de dança, e no minuto seguinte estar a ver Matt Dillon improvisar diálogos com Mickey Rourke. Basta compará-lo com The Outsiders (gravado ao mesmo tempo) para perceber o quão invulgar Rumble Fish é; simplesmente a sua extravagância pode ser intimidante ao início. Afinal, quantos realizadores Americanos já tiveram a audácia de compilar tudo o que mais gostam no Expressionismo Alemão dos anos 20-30, na Nouvelle Vague dos anos 50-60, em Orson Welles, em Murnau, etc., tudo num filme de 90 minutos com um enredo parco?
Mas Rumble Fish não se contenta em ser um exercício em estilo, escava fundo no dia-a-dia destes adolescentes, na delinquência e na apatia, nas descobertas e nas desilusões, os seus tiques, os seus rituais, é mesmo um filme fascinado com as coisas estúpidas que se faz nessa idade, as coisas estúpidas que se diz nessa idade, aos nosso pais, aos nosso irmãos, às nossas namoradas, e, mesmo assim, ciente de que essa é quase sempre a melhor altura da nossa vida, mesmo que só o percebamos mais tarde, mesmo que tenhamos tido algumas dificuldades e inventado outras. Numa visão algo superficial, podem ser traçadas semelhanças com East Of Eden (Elia Kazan, 1955), dois irmãos com uma relação conturbada com o pai e inexistente com a mãe (Rusty James confessa mesmo desconhecer que esta ainda é viva quando o irmão lhe diz tê-la visto numa viagem que fez à Califórnia; quem já viu o filme com James Dean certamente perceberá a semelhança), mas, acima de tudo, consegue ser um filme que engloba a grande obsessão de Coppola com as relações familiares e o tempo (os relógios estão em todo o lado, por exemplo).
No entanto, falar deste filme sem fazer referência ao hipnotizante Mickey Rourke seria um crime maior do que qualquer outro cometido pelo gang da sua personagem, apenas conhecida como The Motorcycle Boy. Ainda com aquele ar melancólico de miúdo, com aquela voz melíflua de sempre, move-se por aqui com uma classe ímpar, parece, desde a primeira cena em que aparece, alguém destinado a ser adorado e, ao mesmo tempo, a ter um destino trágico. É para mais próximo nos situar de alguém assim tão paradoxal que o filme é a preto e branco, sendo passada para o espectador a visão acromática do Motorcycle Boy (apenas os peixes que tanto o fascinam aparecem a cor). Juntamente com o Randy do recente The Wrestler, este é, provavelmente, o seu papel mais memorável. Não tenho dúvidas de que Coppola seria hoje muito mais celebrado se as dificuldades financeiras que experimentou durante vários anos depois do fiasco de One From The Heart (1982) não o tivessem obrigado a sujeitar-se a fazer obras menores para saciar os estúdios que não tiveram retorno com esse investimento. Seja como for, ainda temos as tais 4 ou 5, que nunca deverão ser esquecidas. Rumble Fish tem tudo para ser uma delas.
9/10
sábado, 4 de fevereiro de 2012
CITAÇÕES: My Own Private Idaho (Gus Van Sant, 1991)
Scott Favor (Keanu Reeves): When you wake up, wipe the slugs off your face - be ready for a new day!
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
CURTAS: Partly Cloudy (Peter Sohn, 2009)
Se as cegonhas é que trazem os bebés, onde é que elas os vão buscar? Hmmm... Esta curta da Pixar explica tudo :)
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